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Vacinação contra febre a amarela em mulheres que estão amamentando filhos de até 6 meses

Uma das dúvidas mais comuns sobre vacinação entre os meus colegas e outros profissionais da saúde, é sobre a vacinação contra a febre amarela em lactantes. A grande questão é se há necessidade de interromper o aleitamento materno após a vacinação, dependendo da idade do bebê. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, antigamente, as lactantes vacinadas contra a febre amarela  que faziam aleitamento materno em filhos menores de 6 meses tinham que suspender o aleitamento materno por 28 dias. Porém, de acordo com a nova atualização da recomendação da vacina da febre amarela em lactantes, a suspensão do aleitamento materno deve durar 10 dias após a vacinação. E, deve-se orientar a lactante a procurar um serviço de saúde para orientação e acompanhamento, a fim de manter a produção do leite materno e garantir o retorno à lactação.

É importante frisar que essa recomendação serve apenas para mulheres que estão amamentando filhos menores de 6 meses. A vacinação não é contraindicada em lactantes com filhos com mais de 6 meses, e por isso, não há necessidade de suspender a amamentação após a vacina. 

Para a SBP, é muito importante o apoio dos pediatras às lactantes que necessitam receber a vacina, para que elas retomem o aleitamento materno assim que passarem pelo período de suspensão da amamentação, a fim de evitar o desmame precoce.

Para isso, as mulheres devem ser orientadas a, sempre que possível, ordenhar o seu leite antes de receberem a vacina, e congelá-lo, para oferecer aos seus filhos no período em que eles não podem ser amamentados. Após a vacinação, para manter a produção do leite, as mulheres devem ordenhar regularmente o seu leite e descartá-lo. Após 10 dias o vírus atenuado não estará mais presente no leite materno. Segundo o Ministério da Saúde, há risco de os bebês serem contaminados pelo vírus atenuado da doença, usado na fabricação do imunizante. O vírus atenuado da vacina está presente no leite materno da lactante que foi vacinada.

As alterações nas orientações para quem está amamentando ocorreram em razão de o Brasil ter registrado, pela primeira vez na história, dois casos em que mães vacinadas contra a doença transmitiram o vírus atenuado para as crianças, por meio da amamentação. Os dois bebês, que apresentaram problemas neurológicos, evoluíram bem.

É importante que as mulheres e suas famílias sejam conscientizadas da importância de retomar a amamentação após o período de suspensão, pois além de todos os benefícios do aleitamento materno tão bem comprovados, é possível que a imunidade que a lactante adquire com a vacina seja transmitida ao seu filho através do leite materno.

E, principalmente, escrevo este conteúdo com a intenção de difundir o conhecimento a respeito da vacinação contra a febre amarela. Esta é uma vacina que não deve ser aplicada em toda a população brasileira, e sim, apenas para quem mora ou viaja para áreas de risco de contrair a doença, de situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias. Por fim, para gestantes, esta vacina é contraindicada.

 O texto de hoje foi bem simples e objetivo com o intuito de explicar e equipar todos os Ped Experts para responderem as dúvidas de seus pacientes, colegas e familiares com firmeza e segurança no conhecimento adquirido.

Espero que tenham gostado! 

Não se esqueçam de compartilhar com outros colegas se essa informação foi relevante para você.

Um beijo, Dra. Kelly Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC)
CRM 145039 RQE 47171 | 88906

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