Diariamente, perdemos certa quantidade de cabelo e isso não deve ser motivo de preocupação. Mas, quando há um aumento na quantidade da queda habitual, como acontece no período do puerpério e de aleitamento materno, pode ser percebido na escova, no ralo do banheiro ou na fronha, pode ser um caso de Eflúvio Telógeno (ET), que algumas vezes pode levar à perda de aproximadamente 600 fios.
Mas, primeiro, vamos entender a fisiologia capilar. O ciclo de vida do fio de cabelo é composto por 3 fases.
- Fase anágena, que corresponde ao nascimento e crescimento dos fios.
- Fase catágena, que corresponde a fase adulta dos fios
- E por fim, a fase telógena, que representa a queda capilar.
Todos os fios de cabelo passam por essas etapas, em momentos diferentes, com o passar do tempo.
No entanto, durante a gestação, diversas alterações hormonais acontecem para adaptar o organismo da mãe ao feto. Nesse período, os hormônios femininos, como a progesterona e o estrogênio, são produzidos em maior quantidade, e isso afeta positivamente a saúde capilar e mantém os fios cabelos na mesma fase de crescimento, que é a fase catágena. Essa hiperprodução hormonal impede a queda de cabelo numa quantidade esperada, que é cerca de 50 a 100 fios por dia. Por isso, o torna fica com aparência brilhante, com hastes mais grossas e textura mais firme.
Contudo, após o nascimento do bebê, há uma queda brusca da hiperprodução de progesterona e estrogênio que é explicada pelo Eflúvio Telógeno Pós-Parto ou Puerperal. E, com isso, há queda dos fios de cabelo, visto que eles foram transacionados de uma forma severa para a fase telógena do ciclo de vida capilar.
A duração desse período aterrorizante para as mulheres varia de mulher para mulher, mas a média é de 4 a 6 meses, pois esse é o intervalo de tempo estimado para que os níveis hormonais atinjam a homeostase.
Quanto ao tratamento, não existe um método específico que solucione esse processo fisiológico. Mas, você, como médico, pode instruir mulheres que vivem este processo a terem:
– Alimentação saudável e equilibrada, rica em frutas, legumes, verduras, proteína e ÁGUA!
– Exposição solar com duração mínima de 30 minutos, nos horários mais indicados do dia, sendo antes das 10 horas e depois das 16 horas. É válido ressaltar que a ausência ou a baixa concentração de vitamina D sérica está relacionada com a queda de cabelo. Portanto, oriente sua paciente, amiga, familiar a tomar sol nos horários recomendados.
– Caso a queda capilar seja prolongada e aumentada, encaminhe a um dermatologista para avaliar se existe alguma outra patologia ou deficiência nutricional que não está sendo corrigida, como deficiência de ferro ou zinco, por exemplo, além da vitamina D, como citado acima.
É importante que a mãe tenha sempre uma alimentação saudável equilibrada e faça um acompanhamento médico regular. Sabemos que as necessidades nutricionais da lactante são aumentadas em relação às mulheres no geral e, em muitas questões, até maiores do que a da gestante, por isso é preciso ter uma atenção muito especial nessa fase da vida da mulher.
Espero ter trazido mais conhecimento acerca da queda de cabelo no período pós parto e de toda a fisiologia que está por trás desse fenômeno!
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Um beijo, Dra. Kelly Marques Oliveira
Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC)
CRM 145039 RQE 47171 | 88906
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