Ped Expert

Manejos das lesões mamilares

Olá Ped Experts, como vocês estão? 

Por mais que o conteúdo de hoje seja denso, é bem interessante entender melhor sobre manejos das lesões mamilares , visto que até 96% dos problemas de amamentação relatados na literatura são devidos a dor no mamilo ou mama.

Então, vamos ao que interessa!

  • O que fazer quando a paciente apresenta queixa de dor na amamentação?

Quando a queixa da paciente é de dor para amamentar, existem alguns protocolos a serem avaliados. 

→ Devemos investigar se há massa palpável no exame. 

↳ Em uma situação que não existe massa ao exame físico, avalia-se, então a PELE da mama e do mamilo. Temos que pensar se tem aparência benigna ou não. E devemos analisar a presença, por exemplo, de bolha, dermatite.

 ↳ Avalia-se também o grau de interferência na amamentação para começarmos a pensar se encaminha ou não ao especialista (como dermatologista ou mastologista). 

* * Sempre que houver uma lesão suspeita  para câncer de mama ou doença de Paget (aspecto de casca de laranja), deve-se encaminhar ao mastologista e prosseguir com exames de imagem. Além disso, se houver dor persistente, existe um protocolo da ABM para seguir, e se ainda não for resolutivo e a dor persistir, também se deve seguir para exames

Outra etapa da avaliação é a:

Investigação da presença de secreção mamilar.

 ↳ Em caso positivo, deve-se investigar as seguintes características:

  • É uma secreção transitória ou contínua? 

Se for transitória, faça acompanhamento. Se for contínua, peça mais exames.

  • Tem sangue? 
  • Qual é a coloração? É amarelada? É esverdeada?

Se a secreção mamilar for contínua, quais exames pedir?

  • Solicitar US de mama ⇒ considerar mamografia se recomendada pelo radiologista

Papel do médico diante da preservação da relação médico – paciente:

  • Aconselhar paciente a trazer o bebê e/ou extrator de leite para o local de exame de imagem.
  • Se no relatório do exame de imagem  constatar secreção benigna, o paciente deve ser aconselhado, e deve ser solicitado ao paciente a realização de imagens de acompanhamento. Em caso de persistência dos sintomas ou discordância entre imagens, encaminhe seu paciente a um mastologista.

EM CASO DE MASSA PALPÁVEL NO EXAME:

Fique atento! 

Nem toda massa é sinônimo de câncer. 

É preciso avaliar o conjunto da queixa, do histórico da paciente e seu exame físico como um todo. Pode ser um tecido mamário acessório ou um ducto obstruído, por exemplo. Se resolver, ótimo. Se não resolver: solicite exames de imagem

Diante de um relatório de imagem suspeito, peça uma biópsia por recomendação de um radiologista. E, encaminhe e aconselhe sua paciente a uma consulta com um mastologista, para que seja realizada uma excisão ou uma biópsia se a imagem radiológica estiver difícil para acrescentar mais informações no diagnóstico.

Para encerrar, é necessário ter o conhecimento de que as hipóteses diagnósticas da dor não se sobrepõem. Elas se somam!!! Portanto, se os problemas referidos forem pautados em dor nos mamilos ou nas mamas,  tenha um pensamento amplificado para o diagnóstico sindrômico e/ou etiológico, cuja paciente pode apresentar. 

→ Trauma e dor devido à agressão mecânica

Protocolo PBMI adaptado (Breastmilk intake) – Dra. Kelly Oliveira

 

  1. Obtenha a melhor Pega possível: (sanduíche/ PA/PP) – 
  • Ajuste a pega 
  • Evite que o bebê fique “pega e solta”  
  • PA = pega assimétrica, na qual o bebê pega mais o inferior do mamilo  
  • PP = pega profunda
  • Saiba a diferença entre sucção nutritiva e não nutritiva 
  • Impeça o bebê de puxar (jogar a cabeça para trás, a pega correta ajuda nisso)
  • Use compressões mamárias  
  • Se o bebê está SNN (sucção não nutritiva) e não SN, use as compressões para mantê-lo na SN 
  • Troque o lado oportunamente 
  • Se as compressões mamárias não funcionarem, troque o lado e repita 1 a 3. 
  • Muitas vezes, as mães perguntam quando é o momento de trocar o peito. Observe se ele entra na sucção não nutritiva (‘chupetando”) é um caminho, pois muitas vezes ele só vai ficar machucando a mãe, então é interessante trocar o lado

Vasospasmo/FR mamilar 

 

  • FR = Fenômeno de Raynaud
  • Episódios reversíveis de vasoespasmos das extremidades, associados a alterações de cor típicas que ocorrem após exposição ao frio ou em situações de estresse.

Dor em pontada ou queimação na mama com branqueamento e outras mudanças de cor (roxo ou vermelho) do mamilo, associado à dor

É MUITO SUBDIAGNOSTICADO! E é uma importante causa de desmame. 

Protocolo adaptado de Barret:

  • Critério diagnóstico ⇒ 2 ou + dos critérios abaixo além da dor
  • Dor moderada a intensa ⇒ geralmente com duração igual ou maior que 4 semanas
  • Alteração bifásica ou trifásica da coloração do mamilo. Exemplo: o mamilo vai ficar banco e depois vai ficar roxinho e depois fica rosa; ou vai ficar branco e depois rosa. Nomeadamente, acontece com a exposição ao frio
  • Sensibilidade ou alterações de cor das mães e/ou pés com a exposição ao frio
  • Resposta negativa aos tratamentos antifúngicos orais
  • Se responder à terapia: diagnóstico confirmado.

Lembre-se sempre de questionar sobre a dor, porque muitas vezes a mãe não repara e vai precisar observar depois.

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Bom, pessoal, por fim, finalizo aqui sobre o manejo de lesões mamilares. Espero que tenham aprendido os processos. 

Para mais informações e dúvidas, podem me mandar e-mail, ou mensagens aqui nos comentários. 

Não se esqueçam de compartilhar com seus colegas de trabalho! 

Tags :
aleitamento materno, dor amamentacao, dor mamilar, lesoes mamilares, Manejos das lesões mamilares
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