Pode ou não recomendar a amamentação em tandem?
“Pode ou não recomendar a amamentação em tandem?” essa é uma das perguntas que mais recebemos por aqui. Então vamos lá!
Sabemos que o leite materno é o alimento padrão ouro para bebês e crianças menores de 3 anos. Quando uma mãe amamenta duas crianças de diferentes idades ao mesmo tempo, um recém-nascido e uma criança maior, enfim denominamos de amamentação em tandem.
2A maioria das mães que praticam esse tipo de aleitamento, é porque na maioria das vezes elas sentem que a criança maior não está pronta para o desmame. Então continua a amamentar durante a gravidez e em seguida passam amamentar simultaneamente.
Embora sejam levantadas muitas questões e dúvidas sobre a qualidade do leite que o recém-nascido recebe ao ser alimentado em tandem, pesquisas realizadas em mães que exercem esse tipo de aleitamento, comprovaram que além de maior concentração de gordura também existe uma maior concentração de proteínas totais e os macronutrientes não sofrem alterações.
Assim como o teor de carboidratos também não foi alterado, da mesma forma a composição do colostro. Não foi identificado nenhuma diferença na sua composição ao ser comparado com uma mãe que amamenta um recém-nascido de forma exclusiva e de uma mãe que está amamentando em tandem.
Sobre os estudos relacionados a amamentação em tandem
A maior parte dos estudos encontrado, mencionam a ausência de efeitos nocivos nesta prática, ou seja, amamentação em tandem não traz risco a saúde das crianças que são alimentadas dessa forma. Os estudos que existem são suficientes para garantir a segurança nutricional do bebê mais novo.
Foi destacado que a maioria das mães sentem diminuição na produção de leite durante a gravidez. Com isso algumas crianças desistem da amamentação. Outro motivo para desistência é que o sabor do leite sofre alteração, por conta das mudanças hormonais que afetam a glândula mamaria.
A taxa de mães que realizam amamentação em tandem não é tão alta, além do preconceito sofrido, a falta de informações claras e profissionais capacitados para instruir e acolher essas mães colaboram para esse resultado.
As maiores dificuldades relatadas pelas mães, são: Cansaço, despertares noturnos frequentes, seios doloridos, comentários negativos de parentes e pessoas próximas e lidar com as emoções.
Mesmo com todas essas dificuldades, elas ressaltam a alegria e satisfação, relacionamento mais íntimo e forte dela com as crianças e das crianças entre si.
Com isso os estudos conclui que a amamentação em tandem não afeta de forma negativa a qualidade do leite materno, foi observado que a sua composição evolui de acordo com o tempo que dura o aleitamento.
Também concluíram que antes e após o desmame o leite materno atendeu as necessidades nutricionais da criança mais nova e mais velha, sendo assim é considerado positivo o aleitamento materno em tandem.
E aí como vocês tem feito a orientação de amamentação prolongada nos seus atendimentos? Quando a mãe deseja o desmame qual a sua orientação?
Percebe- se que o leite humano é extremamente rico e as 2 crianças ganham, sendo de idades diferentes, havendo uma maior compreensão do mais velho em “dividir” a mãe, e também na cumplicidade de ambos.
Dessa forma, o processo do desmame do mais velho, se esse for o desejo da mãe, torna-se mais fácil, tranquilo e gentil.
Dra Kelly Oliveira
CRM 145039 RQE 47171 | 88906
DOI: 10.3390/nu13010277
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