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Tudo o que você precisa saber sobre hiperlactação!

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Tudo o que você precisa saber sobre hiperlactação!

 

Tudo o que você precisa saber sobre hiperlactação!

 

Como temos visto nessa sequência de artigos aqui no Pediatria Descomplicada e pela nossa própria prática clínica, as dificuldades que permeiam a amamentação são diversas. Muito se fala, por exemplo, de mães que não conseguem amamentar os filhos por baixa produção de leite, porém, o tema trazido hoje é o exato oposto, mas que pode ser tão danoso quanto: a hiperlactação. Independente da dificuldade encontrada,  seja ela perturbação, aversão, disforia, aumento ou queda da produção de leite, o mais importante é: que profissionais estejam aptos a reconhecer e diagnosticar, tratar e acolher essas famílias. A amamentação é de suma importância para a saúde do binômio mãe e bebê e portanto, vale a pena a luta! 

 

Definição

A hiperlactação se refere ao fenômeno em que há excesso de produção de leite acima do necessário para o crescimento e desenvolvimento adequado do bebê. Tal definição é relativamente incerta, já que o consumo de leite é variável entre 450 a 1,200 mL por dia, mas pressupõe-se que quantidades acima desses valores representam lactação aumentada. 

 

Quadro clínico – Tudo o que você precisa saber sobre hiperlactação!

A hiperlactação causa sinais e sintomas tanto na mãe quanto no bebê e são eles:

  • Sinais e sintomas maternos: 
    • Aumento excessivo do tamanho do seio durante a gravidez;
    • Persistência ou aumento da frequência da sensação de mama cheia;
    • Dor no seio ou no mamilo; 
    • Vazamento de leite recorrente;
    • Ductos entupidos recorrentes;
    • Mastite recorrente; 
    • Vasoespasmo; 
    • Bolhas no mamilo.
    • Sinais e sintomas no bebê:
    • Ganho de peso excessivo;
    • Dificuldade para abocanhar o mamilo;
    • Inquietação ao mamar;
    • Engasgos e tosse durante amamentação; 
    • Sintomas gastrointestinais, como refluxo, gases, etc. 

 

Etiologia 

Existem três causas básicas relacionadas à lactação em excesso. 

  1. Auto-induzida, que ocorre por estimulação da mãe por meio de ordenha excessiva, uso de ervas ou medicações que aumentam a produção de leite. 
  2. Iatrogênica, causada por profissionais da saúde que prescrevem substâncias que aumentam a produção de leite sem supervisão e acompanhamento.
  3. Idiopática, em que não há uma causa base. 

 

Conduta – Tudo o que você precisa saber sobre hiperlactação!

A primeira conduta deve ser o acompanhamento e a avaliação por profissionais da saúde para constatar a possibilidade de hiperlactação auto-induzida ou iatrogênica. Algumas mães no retorno ao trabalho, com o intuito de estocar o leite, acabam ordenhando em excesso e gerando prejuízo para o processo de amamentação e por isso, o especialista é extremamente necessário. 

 

Excluídas as causas primárias, o diagnóstico de hiperlactação idiopática é feito e a primeira linha de tratamento é a amamentação em bloco, claro, com a supervisão atenta de um especialista, especialmente porque pode levar a mastite e obstrução de ductos mamários. 

 

Existem diferentes formas de realizar a amamentação em bloco, porém, a mais recomendado é: orientar a mãe que amamente o bebê por apenas uma mama durante um ciclo de 3 horas e ao longo do dia, intercalar as mamas em cada ciclo; durante a noite é permitido intercalar as mamas livremente. 

 

É importante orientar a mãe para ordenhar – com técnica correta – pequenos volumes de leite da mama contralateral, caso fique muito cheia. Caso a amamentação em blocos não resulte na queda da produção, o médico poderá utilizar substâncias naturais, como óleo de menta e flores de jasmim – que apesar de não apresentarem consenso sobre seu uso, podem ser benéficos. Além de substâncias naturais, a pseudoepinefrina – medicação descongestionante – é conhecida por reduzir a produção de leite e pode ser utilizada na dose inicial de 30 mg em dose única. Se não houver efeitos colaterais no período de 8-12 horas e dose não for suficiente para obter resultados, aumentar para 60 mg de 12/12 horas, conforme necessidade.

 

Anticoncepcional oral combinado também pode ser uma opção à partir de 6 semanas pós parto e deve ser usado por apenas 7 dias. Em último caso, o médico pode recorrer à cabergolina na dose única e inicial de 0,25 mg, podendo ser repetida após 72 horas. Se não houver efeitos, administrar nova dose de 0,5 mg em 3 a 5 dias. 

 

Conclusão

A grande maioria dos casos de hiperlactação podem ser resolvidos e prevenidos com orientação profissional. Por essa razão, é importante que as mães compreendam a necessidade de acompanhamento e avaliação por profissionais da saúde especializados em amamentação. Juntos, é possível garantir um aleitamento prolongado e benéfico para mãe e bebê. 

Referências:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32031417/

 

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Tags :
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